segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Resenhando: Suicidas, do autor Raphael Montes

OLÁ PESSOAS QUE GOSTAM DE LIVROS,

Hoje vim apresentar a resenha do livro Suicidas, do Raphael Montes. Esse autor consegue me surpreender a cada livro. Apesar de sua pouca idade, suas obras vem sendo abraçadas pelo público nacional e internacional. A sua maneira de criar uma mitologia em cima de sua história se torna sua maravilhosa marca e acaba surpreendendo a todos.

Alessandro é um jovem escritor que não consegue publicar suas obras. Ele tem um melhor amigo, Zak, que é absurdamente rico, mas tem vários problemas comportamentais. Zak perde seus pais em um acidente e isso o transforma completamente, fazendo com que ele perca sua vontade de viver. Juntamente com outros amigos, Zak marca uma roleta russa, onde todos os amigos que tem problemas poderão se livrar deles metendo uma bala na cabeça. Alessandro se torna o escritor oficial dessa história, narrando todos os fatos dessa brincadeira mortal.


Como disse anteriormente, Raphael consegue criar toda uma mitologia por cima de sua história, tornando-a mais real, mesmo sabendo que é fictício (ou será que não?). Dessa maneira, o leitor se sente abraçado por toda a história e é surpreendido em cada cena. A forma de narrar todo o desenrolar da história é bem diferente, já que estamos vendo as coisas sob duas perspectivas: a do Alessandro, que está narrando tudo em tempo real e das mães dos adolescentes, que estão na delegacia ouvindo a leitura do livro que estava sendo escrito. Isso dá a sensação que mesmo "vendo" o fato se desenrolando, não dá para saber de tudo. É a partir das leituras dos diários do Alessandro e das declarações das mães que o leitor vai construindo sua teoria.
Todos os personagens são bem desenvolvidos, mas é claro que o foco fica praticamente nos protagonistas Alesandro, Zak e as mães de cada adolescente. Mesmo assim, os personagens secundários conseguem  ter um perfil bem construído, fazendo com o que o leitor entenda o motivo de todos estarem fazendo parte do suicídio coletivo.

Mesmo sabendo o que vai acontecer, o autor consegue trabalhar um mistério tão bem, que as pessoas que estão lendo precisam avidamente de cada página, pois só assim, poderão interpretar o que se passa na cabeça de quem está prestes a se matar. Como comentado acima, é muito importante a criação de um cenário que insira o leitor. Em alguns pontos, é visível que o autor está conversando com quem tá lendo, como se entendesse a curiosidade e o fetiche do leitor em ficar lendo uma história macabra. Por estes e outros motivos, Raphael vem se destacando na literatura nacional. 
Fonte da Imagem: Conversa Cult
O livro é magnífico, toda a história, os personagens, tudo é muito bom de se ler. Só achei massante alguns pontos, onde o autor transfere muitas ideias do Alessandro que poderiam ficar implícitas, deixando algumas partes bem cansativas. De toda a obra foi a única crítica que pude levantar, por que esse livro entrou para o hall de histórias mais marcantes que já li.

Nota 5/5 sem pensar duas vezes. O autor é dinâmica e versátil em sua escrita, inserindo o leitor dentro da história. Quem está lendo não se torna um espectador, mas sim, um personagem essencial para o desenrolar da história. O livro faz com que a gente se identifique com os personagens e seus problemas, até mesmo, identificamos nossos próprios demônios e lugares obscuros de nós mesmos. Com certeza, uma obra para poucos.


Já leram alguma coisa do Raphael? Leram Suicidas? Já fizemos uma postagem sobre O Vilarejo, clica no nome do livro e leia nossa crítica. Não esqueçam de compartilhar ideias aí embaixo. Até mais.

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