quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Resenhando: Poesia Chick Lit, da autora Madalena Daltro

OLÁ LIVREIROS,

Mais uma resenha fresquinha para vocês. Demoramos muito para ler este livro, mas não por ser chato, coisa que definitivamente não é. Mas porque cada texto precisou ser digerido. Já comentamos que quando lemos contos ou crônicas, é muito difícil de resenhá-los, pois, existe uma carga de sentimentos que muitas vezes transborda em nós, e não sai nenhum palavra que consiga descrevê-los.

É mais ou menos assim que as pessoas irão se sentir depois que ler Poesia Chick-Lit da autora Madalena Daltro, publicado pelo selo Futurarte Poesia da Editora Multifoco. Apesar de ser uma leitura dedicada para as mulheres, me coloquei disposto para a leitura. Também conversei com Manu sobre o livro e debatemos para colocarmos nossa opinião por aqui.

Mulher é a parte mais bela
Da história da humanidade
O mais requintado lado
Da simplicidade,
De cara lavada,
De brinco de pedra
Cabelo amarrado, como é bela!
Colar de pérolas, cor do coral
Perfume de flor, creme dental
Simples, és erudita!






Bom, do trecho que vem na parte de trás da obra já dá para perceber o que a autora nos trará em todas as páginas. A mulher contemporânea é uma mulher dinâmica. Cuida da casa, dos filhos, do marido ou marida, filhos e filhas, cachorro, gato, papagaio, do carro, do trabalho, do lazer de tudo e mais um pouco. Mulher é símbolo de força! Isso é o que os textos da Madalena transmite.

Percebe-se ao longo das narrativas que o direcionamento para a montanha russa que é o cotidiano das pessoas hoje, é fidedigno para todos os sentimentos que uma mulher pode passar no seu dia a dia. É bastante visível que alguns textos, para não dizer a maioria, envolve o amor e a recuperação daquele que se perdeu. Vai do abismo da tristeza para o voo da reviravolta. É inconstante, e ao mesmo tempo libertador. Sei que não sou mulher, mas os textos me fizeram ter o envolvimento com essa dinâmica de emoções.

Vou destrinchar alguns textos que eu gostei, mas existem muitos outros que eu queria mostrar. 

Felicidade do Desabafo (p. 25)
Outro dia refletiaA relação com a felicidadePensava aindaAcho que nunca a tive de verdade.
Não me incomodaNão tê-la me deixa livreNão tenho medo de perder o que não tenhoPor isso arrisco, mudo, crio...
Desconheço a zona de confortoA angústia faz parteEquilibrada pela pré-disposição para a alegriaDiferente da felicidade.
Alegria de viver alimentada por uma fé estranhaQue completa onde falta felicidadeMaterial alegria, imaterial felicidadeTangível uma, intangível outra
(...)
A alegria eu carrego dentro de mimIndependente do momentoGuardo a alegriaPonho-me a chorarDepois do tormentoA alegria retoma o seu lugarMais uma vez, e outra...e outra vez...e outra...
Quem nunca se renova? Acredito que todos buscam renovação. Viver estagnado não é uma opção, principalmente hoje em dia, que tudo muda num piscar de olhos. 

Outra coisa que me chamou a atenção é a brincadeira com as palavras. Adoro quem usa essas palavras e faz um jogo muito bom com elas. A exemplo cito algumas músicas do grupo musical Teatro Mágico, onde a letra se renova a cada momento com um jogo constante de frases. Por este motivo coloco este outro texto.

Por Enquanto (p. 27)
Enquanto sonho crio
Enquanto sonho vivo
Enquanto sonho durmo
Enquanto vivo durmo
Enquanto crio não durmo
Enquanto acordado sonho
Enquanto penso em ti
Esqueço-me
Enquanto luto por ti
Deixo-me
Enquanto penso em mim
Esqueço-te
Enquanto luto por mim
Deixo-te
Vou dormir para não sofrer
Enquanto durmo não sofro
Enquanto amo não durmo
Enquanto durmo não amo
Vou dormir para crescer
Enquanto durmo cresço
Enquanto cresço conheço
Enquanto conheço vivo
Vou dormir para viver
Enquanto vivo durmo
Enquanto durmo sonho
Enquanto sonho vivo
Enquanto vivo sonho.
Jogar com palavras e fazer um texto coerente, não são muitos que conseguem. Adoro este texto pela leveza e complexidade que o mesmo apresenta. Acredito que o por enquanto nosso, muitas vezes se mostra como uma faca de dois gumes, digo isso porque muitas vezes nos contentamos por enquanto com nossa vida, e a vida vai sendo levada de uma forma que não tem mais como pegá-la de volta. O tempo passa e nós passamos sem perceber enquanto os deparamos com nossas incertezas.


Não sei vocês, mas este livro me deu sensações que fazem o cérebro funcionar de uma forma diferente. Adorei o livro e seu conteúdo. Pode ter sido direcionado para mulheres, mas a leitura alcança todos os sexos. Agradeço a Madalena Daltro pela confiança e peço desculpas pela demora. Coisas que nos faz refletir, devem ser degustadas com a maior calma possível. Textos que nos mostra o cotidiano, são textos que nos sacodem por dentro. Sabe aquele "se levanta porra!" de um amigo? Basicamente é assim que este livro me tratou. As palavras são televisores da alma de quem as escreve, mas para quem ler, as palavras podem apenas servir como espelhos de nós mesmos.

Gostaram da resenha? Acessem a postagem dela e descubra mais sobre a autora aqui. Então comenta aí o que acharam e, se já leram, não esqueça de colocar os sentimentos sentidos, pedindo permissão para a redundância. Até mais livreiros.

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